O Canto Coral no Brasil é muito difundido e valorizado, tendo sido alavancado por músicos consagrados como Villa-Lobos e seu Canto Orfeônico nas escolas. Atualmente o canto coral pode ser evidenciado nas comunidades, escolas, igrejas, associações e clubes, muitos deles reflexo dos programas de incentivos culturais promovidos pelo governo nos níveis municipais, estaduais e federais.
O Grupo coral tradicional a quatro vozes, que é o executante da música coral é constituído de soprano, contralto (alto), tenor e baixo, também chamados de naipes. Em música, a palavra naipe significa tipo ou família vocal, caracterizada pelas regiões de abrangência de cava voz, também chamadas de tessitura vocal. A tessitura (extensão vocal) é o conjunto de tons em que se canta em absoluta comodidade, ou seja, sem esforço (“sem esgoelar”, como dizem muitos). Para se conhecer a extensão vocal, basta procurar um “bom maestro” e solicitar um teste vocal. Abaixo pode-se visualizar um figura representativa da tessitura vocal dos naipes:
A famosa formação de um coral é a SATB (Soprano, Alto, Tenor e baixo). Mas, com a evolução do canto coral, outras formações, tais como SSTB, TTBB, SSAA, etc. também são utilizadas.
>>>O Soprano
O Soprano é o nome do registro da voz (ou naipe) feminina mais aguda, pois, abrange a região de Dó3 ao Lá4, em algumas raridades, o Dó5. Em análises gerais, corresponde à faixa de abrangência do tenor (voz masculina) distinguindo-se desse modo das vozes de mezzo-soprano e de contralto. Em condições normais, apenas os adultos do sexo feminino são capazes de produzir confortavelmente as notas abrangidas por um soprano, pois, as pregas vocais dos homens engrossam após a puberdade, produzindo vozes mais graves. Por meio de técnica especial que envolve o emprego do falsete, alguns cantores líricos ainda se especializam em papéis de soprano, e são, por isso, denominados sopranistas. As vozes infantis são, por vezes, denominadas sopraninos.
>>>O Contralto
O Contralto é o timbre feminino mais grave (com muito peso) e tem carcterísticas semelhantes à da voz masculina. Sua extensão aguda é pequena, pois, a região de maior abrangência está nos graves. A sua tessitura usual é do Fá2 ao Fá4. Originou-se como uma abreviatura do contratenos altus do séc XV.
>>>O Tenor
O tenor é o nome do registro da voz (ou naipe) com uma extensão aproximada de Dó3 a Dó5 (pode ser mais abrangente se o instrumento tiver uma extensão superior a duas oitavas). O nome Tenor é oriundo do latim tenere, que significa sustentar. Na música medieval, era a esta voz que assumia a linha principal do canto. Por isso, os intérpretse deveriam ser capazes de "sustentarem" as notas enquanto as outras vozes, mais agudas, realizavam os ornamentos vocais.
>>>O Baixo
O baixo é a voz ou naipe masculino com a extensão mais grave. Um baixo tipicamente tem uma tessitura que vai do Fá1 ao Fá3. Nas primeiras óperas era usado principalmente em papéis de deuses ou figuras misteriosas, embora mais tarde também tenha caracterizado personagens de pais idosos e reis.
Alguns Estilos de Música Coral
>>>Estilo A Cappella
A expressão a cappella refere-se ao tipo de música vocal com ausência de acompanhamento instrumental. É uma palavra italiana que, se traduzida para o português, significa "como na capela", que é a forma que as igrejas do cristianismo cantavam no século inicial de sua existência. Os Motetos e os Madrigais são exemplos de músicas a cappella.
A palavra Moteto é oriunda de Mots, significando palavras, dando origem a um tipo de música popular chamada MOTETO. Sobre uma linha melódica, era possível criar outras até em línguas diferentes e completamente independentes. Na Idade Média é muito comum este tipo de construção musical em camadas, às vezes resultantes do trabalho de diferentes compositores.A palavra Madrigal corresponde ao tipo de composição poético-musical que, no séc. XIV e sob a forma de desenvolvimento e aperfeiçoamento da frótola, no séc. XVI, constituiu um dos gêneros mais importantes da música profana italiana, no qual o elemento literário tem papel preponderante. Era escrita para uma ou mais vozes (cinco e até seis no madrigal clássico do séc. XVI), com acompanhamento instrumental (alaúde, clavicímbalo, harpa), ou sem ele, e foi sob a sua influência que se operou a secularização da música, mediante a utilização de textos profanos e o emprego de fórmulas melódicas novas, de um cromatismo intenso. O madrigal aborda assuntos heróicos, pastoris, e até libertinos. Devido a sua flexibilidade que nenhuma outra forma musical oferecia aos músicos e também pela variedade de textos sobre os quais é construído, a imaginação criadora e o lirismo de expressão ficavam mais flexiveis. Mozart, Bach e Bruckner escreveram muitas músicas para este tipo de formação.
A técnica a cappella foi e até hoje é usado nas igrejas. O Canto Gregoriano é um exemplo de canto a cappella, assim como é a maioria das músicas sacras renascentistas.
>>> Estilo Antifonal
O estilo antifonal é em geral cantado durante uma missa, onde dois coros cantam versos com um refrão, de maneira alternada, durante a leitura dos Salmos.
>>>Estilo Responsorial
No estilo Responsorial (erudito e tradicional), surgido na Música medieval, os solistas cantam os versos e o coro canta o refrão. É comum também em outros períodos, como nas cantatas e em outros estilos da música barroca, principalmente quando se usa dois corais e também nos oratórios. Mais tarde passou a ser usado nas óperas e em outros estilos na musicais populares quando há um coro, assim como em outros gêneros que demandam um coro.